“A adaptação do ensino às transformações que se produzirão nas próximas décadas exigirá mudanças profundas nos saberes que o sistema educacional transmite. Não é possível prever os conteúdos concretos que deverão ser ensinados nas diferentes disciplinas. Em parte, porque muitos deles ainda não foram criados. Em contrapartida, é factível afirmar que assistiremos a uma transformação sem precedentes tanto no tipo de conhecimentos que a escola transmitirá como nas competências (saber fazer) em que os futuros alunos serão capacitados.”
(Daniel Filmus, 2004, p. 126)
domingo, 4 de janeiro de 2009
Reflectindo a Educação e a Escola de hoje
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CENTRAR A EDUCAÇÃO NA EXPERIÊNCIA DO SER E DA VIDA
A motivação para a reflexão, sobre o papel da Escola e os objectivos a atingir com a Educação, está excelentemente introduzida com o vídeo e a citação. Contudo, falta que a reflexão seja feita pelos próprios docentes, objectivando-a em dois caminhos tão paralelos quão absolutamente indissociáveis: o dos conteúdos-métodos-ferramentas pedagógicas de ensino e o da apreensão-processamento-reprodução ontológica do conhecimento.
Creio que a Educação – na especificidade do papel que detém como formadora de homens e mulheres – carece de ser revista na especificidade do modelo que reproduz em cada um dos participantes/construtores da própria sociedade.
Se algo está mal na Escola Pública – como há muito creio que está – essa responsabilidade não é imputável aos professores(as) mas ao modelo de Homem e de sociedade que está formatado e convencionado para a Escola reproduzir sem ter auscultado os docentes, o qual evidencia na própria sociedade alarmantes sinais de caducidade. A mensagem comunicada quer pelos jovens quer pelo pedagogo não o esconde. Daí o pretexto – e bem! – e a necessidade para se reflectir a Educação e a Escola na actualidade.
Os contextos físicos onde as aprendizagens ocorrem carecem de instalações adequadas em espaço, luz, água e atmosfera, sem dúvida; precisam de ser melhores apetrechados em materiais pedagógicos e mobiliários, mas, fundamentalmente, o conhecimento que a Escola visa proporcionar precisa de ser recentrado no Homem, enquanto astro-nauta, e na experiência do Ser e da Vida sobre o planeta Gaya.
Aproximar cada indivíduo da sua própria consciência e da consciência da perenidade da sua mundividência sobre a Terra.
Na via conceptual que afirmo, e em que persisto até que me seja provado o meu erro de análise ou o caminho de solução que preconizo, o sentido as reformas administrativas em curso são apenas um fait-divers ou um paliativo para sustentar um modelo de Escola-vítima do sistema e da sociedade que reproduz em cada um dos cidadãos que tenta Educar.
Muito caminho reflexivo e dialógico há para a Educação fazer nesta sociedade ocidental e neste país, logo que os decisores políticos intermédios e os Governantes descubram que a fórmula adequada à plena preparação de homens e mulheres, que começarão a dar sentido cosmológico à construção de uma nova sociedade não é a da imperatividade, da ameaça ou da subordinação aos ditames do Poder.
José Emanuel Queirós
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